sexta-feira, 24 de junho de 2011

São João do Cajueiro

I
Eu fico na minha casa
A saudade eu sei que voa
Partindo de João Pessoa
Deixando meu peito em brasa
E como não tenho asa
Eu sofro resignado
Pois o tempo tem queimado
A lenha da minha idade
Aí como tenho saudade
Do São João do passado

II
O São João do passado
Era puro e verdadeiro
Da fogueira, milho assado
Do forró pelo terreiro
Nessa saudade se integre
Pra recordar Monte Alegre
Na festa do Cajueiro

III
Que a festa do Cajueiro
Tenha o maior bom astral
Com bandeiras e balões
Colorindo o visual
Muita comida gostosa
E a família Feitosa
O cardápio principal

IV
Porque é fundamental
A lembrança de Pai João
O saudoso João Feitosa
O símbolo da tradição
Quem é que não lembra dele
Tudo aqui parece ele
Que amava tanto esse chão

V
Um filme de emoção
Passa em cada memória
Toda a vida de Pai João
Toda a sua trajetória
Três casamentos de amores
Foi com Maria das Dores
Que começou essa história

VI
Foi um período de glória
Que tanto afeto continha
E desse inverno tão curto
Ficou uma sementinha
Um filho muito querido
Que tornou-se conhecido
Com o nome de Feitosinha

VII
Um outro amor foi Zefinha
No segunfo casamento
De tantas festas juninas
Trabalho e divertimento
Que foram fazendo os trilhos
Pra conduzir os seis filhos
No mais belo sentimento

VIII
Vem o primeiro rebento
Foi José do Cajueiro
Depois nascia o Antonio
Forte igual um juazeiro
Com Lourdes mudava a trilha
Nascia a primeira filha
Desse amor tão verdadeiro

IX
Geraldo nasceu fagueiro
Com tanta festividade
O quinto foi Seu Arnoud
Desse ninho de amizade
E Seu Chico encerraria
Esse círculo de alegria
De paz e felicidade

X
Teve continuidade
A sua história de amor
Ele era abençoado
Por Deus o nosso senhor
Que deu pra João Feitosa
Um casamento com Rosa
Que tinha o nome de Flor

XI
No seu jardim de amor
Quatro rosas na roseira
Zefinha "Dona Dodó"
No jardim foi a primeira
A segunda foi Vicentão
O caçula do Pai João
E Nadir foi a terceira

XII
Neli foi a derradeira
Pra brilhar nesse farol
Com três luas diferentes
Nos raios de um único sol
Pai João forte igual bronze
Foi o genitor dos onze
Um time de futebol

XIII
O time de futebol
Multiplicou-se por dois
Porque cada uma semente
Com seu par se compos
Numa outra trajetória
Cada um com sua história
Que contaremos depois

XIV
Formou-se um baião de dois
De Adélia com Feitosinha
Dona Lila de José
Tornou-se a sua rainha
Bernadete com Antonio
Era mais um matrimônio
Que no Monte Alegre tinha

XV
Lourdes seguiu nessa linha
Com Antonio se casou
Geraldo com Valdelice
Maria com Seu Arnoud
Que festa maravilhosa
Seu Chico em Dona Carmosa
A sua miss encontrou

XVI
Dona Zefinha casou
Com seu querido Chiquinho
Vicentão fez com Tutu
Um maravilhosa ninho
Adalberto com Nadir
Hilton encontrou em Neli
Sua fonte de carinho

XVII
Do engenho de carinho
Pai João foi o arquiteto
Dos filhos, noras e genros
O alicerce completo
Muitos já estão no céu
E o Cajueiro o troféu
De neto a tataraneto

XVIII
Que seja um São João repleto
De amor e de esperança
Que o fogo da fogueira
Não queime nossa lembrança
Que o adulto do presente
Ele foi antigamente
Nesse terreiro a criança

domingo, 12 de junho de 2011

Páscoa

I
Se a Páscoa é liberdade
Aproveite e se liberte
Quem na Páscoa se converte
Terá mais felicidade
Porque a fraternidade
Na mesma medida vem
Não é só dizendo amém
Que a prática se perpetua
A sobra que tem na sua
Falta na mesa de alguém

II
Que nesta Semana Santa
Não negue de modo algum
A quem lhe pedir jejum
No café, almoço ou janta
A sua mesa tem tanta
A mesa dele está sem
Com aquele que não tem
Você que tem, distribua
A sobra que tem na sua
Falta na mesa de alguém

III
Não deixe voltar vazia
A mão de nenhum mendigo
Que pedir no seu abrigo
Uma ajuda neste dia
Que desta filosofia
Não se exclua ninguém
Que possa fazer o bem
A quem padece na rua
A sobra que tem na sua
Falta na mesa de alguém

IV
A Páscoa só é completa
Se houver a doação
Com fé e a devoção
Que só Jesus interpreta
Porque doar foi a meta
Do salvador de Belém
Você doando também
Cristo em você continua
A sobra que tem na sua
Falta na mesa de alguém



Falsos Profetas

I
É assim que se portam alguns pastores
Espalhados por todo esse país
Explorando a um bando de infantis
De fanáticos que são seus seguidores
Aleluia é a senha nos louvores
Que a Igreja parece um hospital
O dinheiro a receita principal
E a cura enganosa é a doutrina
Os pastores não cursam medicina
Mas são bons de lavagem cerebral

II
No engodo da fé ele se forma
Pra tirar seu diploma de eficácia
Do seu templo ele faz uma farmácia
Dá calote no mano a sua norma
Construir sua casa a plataforma
Carro novo o primeiro ritual
Paletó e gravata o enxoval
Que o pastor se apresenta em toda esquina
Os pastores não cursam medicina
Mas são bons de lavagem cerebral

III
Ele bota anestésico em seu sermão
Pra passar essa droga para o povo
Bota mais um obreiro baba ovo
Pra pegar o dinheiro em cada mão
Na TV já tornou-se a sensação
Cada bispo já tem o seu canal
Todo dia esse lixo cultural
Nos agride, inferniza e contamina
Os pastores não cursam medicina
Mas são bons de lavagem cerebral

IV
Pregadores os padres são também
Muitos deles já andam nessa linha
O dinheiro a primeira ladainha
Aleluia eles trocam por amém
O espaço na mídia também tem
E a retórica parece tão igual
A mudança é apenas visual
Paletó de vigário é a batina
Os pastores não cursam medicina
Mas são bons de lavagem cerebral

V
Ele assume o papel de conselheiro
Com a bíblia colada no suvaco
Pra pegar o seu dízimo traz um saco
E a meta é enchê-lo de dinheiro
No discurso ele diz ser mensageiro
De poderes que curam todo mal
Que a oferta é semente especial
Que plantada na fé ela germina
Os pastores não cursam medicina
Mas são bons de lavagem cerebral