segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Revolta do retratista

I
Máquina de fotografia
Eu te odeio de fato
Seu clique sofisticado
Toda cheia de aparato
Desse modernismo seu
A lambe-lambe morreu
Máquina de tirar retrato

II
Máquina de tirar retrato
Seu monstro destruidor
Você pra ter mais poder
Uniu-se ao computador
Mas sou saudosista franco
Que a foto preto e branco
Tinha muito mais fulgor

III
Não possui nenhum amor
Essa tecnologia
Que tirou do retratista
O seu pão de cada dia
Da foto tira o defeito
Deixa a retrato perfeito
Mas não bota poesia

IV
Acabou com a alegria
Lá do velho calçadão
Com esse seu photoshop
Da mais pura enganação
Que só maquia o meu rosto
Mas não revela o desgosto
Que fez no meu coração

Teorema da vida

I
A vida uma equação
Complicada de entender
Só você pode obter
O xis do sua questão
Para a sua solução
Não tem fórmula nem modelo
Eu busco a resposta pelo
Rascunho do que disponho
A teoria é um sonho
E a prática é um pesadelo

II
Vivo essa matemática
Buscando sabedoria
Tão fácil na teoria
Muito difícil na prática
Experiência é a tática
Pra evitar atropelo
Não vá no primeiro apelo
Que se apresenta risonho
A teoria é um sonho
E a prática um pesadelo

III
Procuro diariamente
O mapa da minha mina
O mestre tempo me ensina
Qual é a melhor vertente
Qual é o lado do quente
Qual é o lado do gelo
Eu mesmo coloco o selo
De sorridente ou tristonho
A teoria é um sonho
E a prática um pesadelo

IV
Qual é a melhor saída?
Somar ou diminuir
Multiplicar, dividir
Não tem regra definida
De cada linha da vida
Eu fui formando um novelo
E os nós com muito zelo
A desatá-los me ponho
A teoria é um sonho
E a prática um pesadelo




Engenho de amor

Essa mulher que me ama
É um engenho a vapor
Que faz garapa de amor
No canavial da cama

Pra moer quando me chama
Com seu forno abrasador
Eu vou levando o calor
Para aumentar sua chama

Ela e eu vamos mexendo
Na gamela o mel fervendo
Para fazer rapadura

Que nosso amor é assim
Doce igual o alfinim
Da cana caiana pura

Sonho de Contador

Na família reunida
A senha da humildade
No peito muita vontade
E a cabeça sempre erguida

Uma batalha vencida
Um sonho se fez verdade
Bruno a Contabilidade
Desponta na sua vida

Use agora a matemática
Pro exercício da prática
No balanço dos valores

Que Deus seja o seu farol
Pra colocá-lo no rol
Dos brilhantes contadores

*Soneto feito ao seu afilhado Bruno ao terminar o curso de Contabilidade

Aposentadoria

Josildo por vários trilhos
Enfrentou dura jornada
A meta foi alcançada
Com Dona Vilma e seus filhos

Os netos darão mais brilhos
Nesta nova caminhada
Por Jesus abençoada
Com seus santos estribilhos

Para um cidadão gentil
Que no Banco do Brasil
Fez brilhante trajetória

Hoje está aposentado
O pódio foi conquistado
Parabéns pela vitória

*Soneto feito ao meu amigo Josildo ao se aposentar no Banco do Brasil

Soneto da Vitória

Pela bela trajetória
Transmitimos pra Mateus
Nos singelos versos meus
Parabéns pela vitória

O alcance desta glória
É uma dádiva de Deus
Da família e méritos seus
Que escreveu esta história

Com muita perseverança
Buscando desde criança
Disciplina e eficácia

Siga nesta caminhada
Com a bandeira empunhada
E o canudo de fármacia

*Soneto feito ao meu afilhado Mateus ao terminar seu curso de Fármacia

Odontóloga

Odonto era um sonho de criança
Que agora Beatriz realizou
Não foi fácil o caminho que trilhou
Sem perder nenhum dia a esperança

Passo a passo seguiu com confiança
O projeto que cedo elaborou
E na fonte dos livros pesquisou
A odontologia que hoje alcança

Para ela se abre um novo sonho
Mais completo, mais belo e mais risonho
Pro dentista deixar de ser um mito

Como as graças de Deus nosso Senhor
A broca da mão e muito amor
Vai fazer seu sorriso mais bonito

*Soneto feito à minha filha Beatriz ao terminar seu curso de Odontologia

Canhoto no Direito

Ao Direito o canhoto se apega
Mergulhado nos livros do saber
E na jurisprudência do dever
De corpo e de alma ele se entrega

O espírito do justo ele carrega
Mais a força sublime do querer
Para que a justiça possa ver
E mudar o estigma de que é cega

Pra julgar igualmente rico e pobre
O palácio da lei que é tão nobre
Escancare pra todos suas portas

Nessa busca Bertonio estará perto
Porque sabe que Deus escreve certo
O Direito da vida em linhas tortas

*Soneto feito ao meu filho Bertonio ao terminar seu curso de Direito