quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PAI

I
Companheiro, amigo e confidente
Uma luz que indica o bom caminho
Todo pai a seu filho dá carinho
Todo filho do pai é a semente
II
Passo a passo ele está sempre presente
É um guia que anda do seu lado
Se, às vezes, comete algum pecado
Mas pro filho ele ensina diferente
III
Na escola da vida é professor
Pois educa o seu filho com amor
E o levanta na hora que ele cai
IV
Tão feliz é quem pode ao acordar
Bem cedinho, correr e se jogar
Nos afagos dos braços so seu pai.
Jatobá

Fogueira da derrota

I
O medo é a consequência
Da sua falta de fé
Que o levará até
Ao estado da falência
Acorde dessa dormência
Permute já sua rota
Pois a preguiça denota
Imagem de câmera lenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
II
Lute pelo seu espaço
Libere mais seu sorriso
Lembre que todo indeciso
Vive à beira do fracasso
Procure sair do laço
Que o pessimismo lhe bota
A miséria só adota
Quem a luta não enfrenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota
III
A pusilanimidade
É a arma de quem não luta
Vida moderna é disputa
Lutar é necessidade
No mar da realidade
Sinta-se livre gaivota
Quando o positivo brota
O negativo afugenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
IV
Não deixe se intimidar
Não demonstre covardia
O seu pão de cada dia
É necessário tentar
Jesus quer lhe ajudar
Busque fazer sua cota
A chance nunca se esgota
Pra todo aquele que tenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
Jatobá

Reflexões

I
A gente está assistindo
Um cenário de horrores
Famílias desagregadas
Pela perda dos valores
Nunca mais eu escutei
Alguém falando de amores.
II
Parece que o romantismo
Daqui desapareceu
E um presente de flores
Ninguém mais ofereceu
Na escassez do amor
A violência cresceu.
III
Não deixe se abater
Por sentimentos tristonhos
Eles se transformarão
Em pesadelos medonhos
A sensação de fracasso
Esmaga seus próprios sonhos.
IV
O cristão tornou-se ateu
Banalizou-se o pecado
A injustiça prospera
E o direito é negado
E o ódio cresce à medida
Que o perdão não é dado.
V
Não deixe prevalecer
O espírito da vaidade
Procure erguer a bandeira
Da paz e da humildade
O muro do egoísmo
Encobre o simplicidade.
VI
Não tenha medo da vida
A fé nunca se esgota
Procure botar Jesus
Cristo Rei na sua rota
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
VII
Lute para derrotar
A ambição, a maldade
E deixe sempre aflorar
A sua sinceridade
A cortina da mentira
Ofusca a luz da verdade
VIII
Procure reacender
A luz dos seus ideais
A garra e a persistência
São as armas principais
A sua vida reclama
Para si um pouco mais.
IX
Um pouco mais de amor
Um pouco mais de perdão
Uma dose de esperança
De amor uma injeção
São fatores decisivos
Pra sua transformação.
X
É a vida um desafio
De permanente duelo
Faça de sua auroras
Seus verdadeiros castelos
Que ela fica mais linda
E o mundo fica mais belo.
Jatobá

Flor Maria Rita

I
Numa manhã de outono
No meu jardim eu plantei
Uma roseira e pensei
Eu vou ser o potrono
Um jarro vermelho o trono
Com o contorno de brita
No centro uma frase escrita
Rosa Dália minha flor
Foi tão breve nosso amor
Mas a saudade infinita
II
Com muito zelo eu cuidava
Da minha linda roseira
E numa tarde fagueira
A flor primeira brotava
Era como eu esperava
Cheirosa e muito bonita
Parecia uma pepita
De inestimável valor
Foi tão breve o nosso amor
Mas a saudade infinita.
III
Foi lindo o nosso namoro
Mas pouco tempo durou
Um vendaval arrancou
A roseira meu tesouro
Longo período de choro
Lamentando esse desdita
Porém chorar não evita
Só faz aumentar a dor
Foi tão breve o nosso amor
Mas a saudade infinita.
IV
Pelo sofrimento meu
Uma conclusão tirei
Avaliar quanto o rei
Roberto Carlos sofreu
Porque tanto se abateu
Sua feição sempre aflita
É porque Maria Rita
Do seu jardim era a flor
Foi tão breve o nosso amor
Mas a saudade infinita.
Jatobá

Protesto da mangueira

I
Eu não sei o porquê nem a razão
Desse ato insano e tão cruel
Se a árvore colega é a fiel
Imagem de Deus aqui no chão
Não cometa tamanha ingratidão
Cesse agora os golpes do machado
Ele corta pois é acionado
Mas soluça batendo na madeira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado
II
O Betinho dá nome ao movimento
Contra a fome que mata no país
E o seu gesto assassino não condiz
Corta a fonte que brota o alimento
Não é justo esse seu procedimento
Que deixou seu colega revoltado
Do contrário você não tá lembrado
D`uma manga madura como cheira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado
III
A mangueira dá sombra pro velhinho
Dá fruta a criança desnutrida
Não destrua colega essa guarida
E lazer do sonoro passarinho
Cada galho da árvore tem um ninho
Cada ninho um filhote agasalhado
Não pratique portanto esse pecado
Contra a fauna e a flora brasileira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado.
IV
Tanta gente uma muda está plantando
Na cidade mais verde do Brasil
E a ação do colega é tão hostil
Uma árvore frutífera está cortando
Uma orquestra de pássaros está chorando
E um poeta lhe pede ajoelhado
Se o ato atroz for consumado
Vou erguer contra a poda uma bandeira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado.
V
Afinal a ação foi perpetrada
Apesar dos apelos que eu fiz
O colega foi duro e infeliz
E a mangueira frondosa foi cortada
Muito anos levou pra ser formada
E o machado a cortou em meia hora
Foi um crime perverso contra a flora
Nessa tarde algoz de sexta-feira
Sobre o tronco caído da mangueira
Escrevi meu protesto e fui embora.
Jatobá

Amor sem fim

I
Esse nosso amor foi feito
De carinho e de respeito
Nosso romance é do jeito
De Julieta e Romeu
A nossa história é tão bela
Todo encanto existe nela
Tudo quanto é meu é dela
Tudo que é dela é meu.
II
É grande nossa união
É amor, não é paixão
É renúncia, é doação
Pureza e sinceridade
Sinônimo de confiança
Tem ternura de criança
Porque a nossa aliança
Nasceu da fidelidade.
III
Nosso amor é como a chama
De um vulcão que se inflama
E a lava que derrama
Nos abrange intensamente
De grandeza que tonteia
Parecendo a lua cheia
Quando a noite ela passeia
Nos céus da alma da gente.
IV
Lá em nossa moradia
Tudo é paz e harmonia
Nossa lágrima é de alegria
Nosso grito é de prazer
Pois nosso amor é assim
Como a flor é pro jardim
Eu pra ela, ela pra mim
Eternamente vai ser.
V
Nosso querer não se parte
Nosso amor não tem descarte
É uma obra de arte
De beleza escultural
De infinito valor
Pouco espinho e muita flor
Tem vírgulas no nosso amor
Mas nunca um ponto final.
Jatobá

Alerta à criança

I
Com a tecnologia
Que a humanidade alcança
Em busca da perfeição
O estudioso avança
É tudo automatizado
E o ser mais prejudicado
Com certeza é a criança.
II
Que vai ganhar de herança
Um mundo modificado
Para geração futura
Tem gameta congelado
Numa inversão de faceta
Bebê será de proveta
E o homem robotizado
III
E depois será clonado
Numa fronta ao criador
Pois a mulher por vaidade
Ou não querer sentir dor
Sem cordão umbilical
Sem afeto maternal
Ele nasce sem amor.
IV
Filho do computador
Já nasce ligado ao som
E pra ser o internauta
Ele já vem com o dom
Em vez de falar mãiê
Vamos ouvir do bebê
O seu site ponto com.
V
O modernismo acha bom
A poesia acha ruim
A criança é para o mundo
Como a flor é pro jardim
O seu mais rico troféu
É imaginar o céu
Sem ter anjo querubim.
VI
E ele vai crescer assim
Sem astúcias do moleque
Seu pião um CD-Rom
Sua bola é um disquete
Seu lazer é navegar
E pouco a pouco se afogar
Nas ondas da internet.
Jatobá