segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Homenagem a Antônio Mangueira

I
O Rei do alternador
Torna-se agora saudade
Parte pra eternidade
O céu do nosso Senhor
Foi um exemplo de amor
Ao lado da companheira
Com sua família inteira
Que bonita trajetória
Para compor a história
Do mestre Antônio Mangueira

II
Querido Antônio Mangueira
Por todos trabalhos seus
Cajazeiras comovida
Une-se aos votos meus
Que o mestre dos motores
Vai distribuir amores
No paraíso de Deus.

Jatobá
*Feita no seu velório em 18/12/2010

Homenagem a Epitácio Leite Rolim

I
Mãe Aninha o seu jardim
Manda-lhe uma das flores
Um dos grandes benfeitores
Da terra Padre Rolim
Que tinha um amor sem fim
A esposa e a cidade
Que hoje choram com saudade
Cantando a canção do adeus
Sua alma vai pra Deus
No céu da eternidade.

II
Epitácio foi pudor
Foi honradez e respeito
Desse brilhante conceito
Ele foi merecedor
Deixa um legado de amor
De fé e serenidade
Símbolo de honestidade
De político, médico e pai
Pro céu sua alma vai
E o mito vira saudade.

Jatobá
*Feita no seu velório em 18/12/2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tiriricarização

I
O Congresso Brasil se qualifica
No deboche ganhou muitos artistas
Alguns mágicos também malabaristas
E um grande palhaço, o Tiririca
Nosso Circo Brasil agora fica
Muito bom pra fazer comerciais
Nas revistas, tvs e nos jornais
Esses caras farão muito sucesso
Só faltava um palhaço no Congresso
Tiririca chegou, não falta mais.

II
Ele é um analfa verdadeiro
Que não faz um bilhete em quatro linhas
Vai agora fazer suas gracinhas
Lá na Câmara seu novo picadeiro
Encontrou nova fonte de dinheiro
Um Congresso de dólares e reais
Que faz a gente sentir dos generais
Uma triste lembrança que confesso
Só faltava um palhaço no Congresso
Tiririca chegou, não falta mais.

III
O Teatro Brasil está completo
Tem amostras de tudo que é preciso
Tem fantasma, tem drama e tem sorriso
E poliglota escutando analfabeto
Se o povo não cassa com seu veto
E a justiça se dobra aos capitais
Para entrar nesse circo de chacais
O dinheiro na mão compra o ingresso
Só faltava um palhaço no Congresso
Tiririca chegou, não falta mais.

IV
Esse fato divide opiniões
No Brasil o problema é muito crítico
Analfabeto escolar e o político
Se alastram em todas regiões
Consagrados em todas eleições
A reboque de mídias imorais
Independem de classes sociais
O que faz aumentar o retrocesso
Só faltava um palhaço no Congresso
Tiririca chegou, não falta mais.

Jatobá




domingo, 5 de setembro de 2010

Ficha Limpa

I
Que esse ano o eleitor
Possa punir a trapaça
Votando limpo ele cassa
O político fraudador
O seu voto um caçador
Que atire pra valer
Com a força de abater
Quem tá na alça de mira
Só o voto limpo tira
Ficha suja do poder

II
Pesquise dele o passado
Olhe também seu presente
Que o eleitor consciente
Tem que tá bem informado
Para não votar errado
E depois se arrepender
de com seu voto eleger
Um candidato traira
Só o voto limpo tira
Ficha suja do poder

III
Olhe bem onde ele atua
Veja qual é o seu partido
Se ele esteve envolvido
Em alguma falcatrua
Pois a decisão é sua
Você tem que o conhecer
Pra urna eletrônica ter
Resposta da sua ira
Só o voto limpo tira
Ficha suja do poder

IV
Que o povo brasileiro
Tenha o poder de juiz
Pra limpar esse país
Sujo igual um galinheiro
Não se vender por dinheiro
Na hora de escolher
Pra que possamos varrer
A política da mentira
Só o voto limpo tira
Ficha suja do poder

Jatobá



Quarenta anos de Raimundo Nonato Neto

I
Dois mil e dez quarta-feira
Nesse onze de agosto
Com um sorriso no rosto
Pra seguir sua carreira
A viola a companheira
Nonato a outra metade
Com a sensibilidade
e o coração de criança
Raimundo Nonato alcança
Mais um degrau da idade

II
Sendo um perfeito arquiteto
Dessa construção poética
E no gramado da ética
Ele é um craque completo
Raimundo Nonato Neto
Vai construindo amizade
Deixando a posteridade
Todo trabalho que lança
Raimundo Nonato alcança
Mais um degrau da idade

III
É um astro do repente
No palco da Beira-Rio
Na canção do desafio
Beira-mar ou rojão quente
De vate tem a patente
Pela criatividade
Dial de sonoridade
Que não treme nem balança
Raimundo Nonato alcança
Mais um degrau da idade

IV
Um dos cantadores natos
Desta nobre profissão
Pois formou-se no sertão
Das campinas e regatos
Uma asa dos Nonatos
Que voa com liberdade
Pra manter a unidade
Dessa perfeita aliança
Raimundo Nonato alcança
Mais um degrau da idade

V
Vai mantendo as tradições
Da terra paraibana
Pedro Artur e Mariana
As suas doces canções
No embate dos baiões
Tem força de tempestade
Com uma sagacidade
Que só Isabel lhe amansa
Raimundo Nonato alcança
Mais um degrau da idade

VI
Poeta que a cada dia
Vai acumulando pontos
Aqui no Cantos e Contos
E no mundo da cantoria
Seu castelo de poesia
Constrói com simplicidade
Com paredes da humildade
E portas da esperança
Raimundo Nonato alcança
Quarenta anos de idade

Jatobá

Homenagem ao poeta Raimundo Nonato, da dupla Os Nonatos, declamada em 11/08/10 no programa Cantos e Contos



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fernão Capelo Gaivota

I
Saia do chão dê um salto
Não se isole feito monge
"Gaivota que voa alto
Vê o mundo bem mais longe"
II
Se voce pensar pequeno
O seu QI não se expande
Mas se voce pensar grande
Ele estará sempre pleno
A covardia é veneno
Em qualquer competição
Quem quer ser um campeão
Tira as pedras do caminho
Se voce só pensa inho
Nunca vai chegar no ão
III
O cavalo com a cela
Passa no momento certo
Se voce não for esperto
A carona lhe atropela
E voce só monta nela
Se tiver disposição
Perde sempre a condução
Quem anda devagarinho
Se voce só pensa inho
Nunca vai chegar no ão
IV
Se voce assim está
Na cadência da derrota
Fernão capelo gaivota
Muito lhe ajudará
Livro de Richard Bach
Pra sua meditação
Que lhe seja uma injeção
De amor e de carinho
Se voce só pensa inho
Nunca vai chegar no ão
V
Não se proibe sonhar
Nessa leitura se insira
Que o medo de perder tira
A vontade de ganhar
E que voce pra voar
Só precisa de amplidão
Busque sempre a perfeição
Mas nunca tente sózinho
Se voce só pensa inho
Nunca vai chegar no ão
Jatobá
*Após a leitura do livro Fernão Capelo Gaivota de Richard Bash.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pranto e Riso

I
O bandido atacando em liberdade
Faz crescer dia a dia a violência
E a justica tem pouca competência
No Brasil campeão da impunidade
Mas BERTONIO bom filho, na verdade
O caminho da paz está seguindo
O saber ele está adquirindo
E pretende em Direito se formar
Tenho tantos motivos pra chorar
Mas pensando em você vivo sorrindo
II
Cada esquina da rua uma quadrilha
Que assalta, que mata e vende droga
Mar de lama onde o jovem se afoga
E caminho sem volta onde ele trilha
Mas pensando em BIA, minha filha
Quinze anos, é flor que está se abrindo
E necessita do pai lhe assistindo
Na passarela da vida a desfilar
Tenho tantos motivos pra chorar
Mas pensando em você vivo sorrindo
III
Um dia intranqüilo e agitado
Uma noite bem longa e mal dormida
É um fato comum na minha vida
Depois do Brasil globalizado
BIANCHINE me faz tão conformado
Alegria ele passa até dormindo
O papel de bom pai estou cumprindo
Porque Cristo é quem reina no meu lar
Tenho tantos motivos pra chorar
Mas pensando em você vivo sorrindo
IV
A manchete estampada no jornal
Assaltaram o BB em João Pessoa
Estruparam uma jovem na Lagoa
E a polícia procura o marginal
Só BRENO melhora o meu astral
Novo craque da bola está surgindo
Imagino o caçula competindo
Imitando a Pelé, socando o ar
Tenho tantos motivos pra chorar
Mas pensando em você vivo sorrindo
V
A salário há anos defasado
Gasolina subindo todo dia
E as regras de aposentadoria
O governo carrasco tem mudado
O presente se mostra conturbado
Nebuloso futuro que está vindo
Mas pertinho de BETE estou sentindo
A coragem e a força pra lutar
Tenho tantos motivos pra chorar
Mas pensando em você vivo sorrindo.
Jatobá

Falta de perdão

I
Quem não sabe perdoar
Não serve para viver
Muito já ouvi dizer
Poucas vezes praticar
É muito fácil falar
Difícil é ser perdoado
Não carregue este pecado
Ao longo da sua vida
O ódio cresce à medida
Que o perdão não é dado...
II
Ódio é como uma cicatriz
No peito de uma pessoa
E se ela não perdoa
Nunca pode ser feliz
Não queira ser o juiz
Coração não é togado
E a cada perdão negado
Faz no peito uma ferida
E o ódio cresce à medida
Que o perdão não é dado...
III
Caim só matou Abel
Pela falta de perdão
Quem odeia seu irmão
Coloca no peito fel
O perdão é como mel
Tem sabor adocicado
Mas muito tempo guardado
Vira cera apodrecida
O ódio cresce à medida
Que o perdão não é dado...
Jatobá

Lamento das folhas

I
No casebre eu às vezes pensativo
Vendo a seca terrível que se alastra
Se o sonho da chuva o céu lhe castra
Ele indaga a Deus pai por qual motivo
O castigo a um povo tão cativo
Que se nutre na fé e na oração
Sempre tem o senhor no coração
Pois é justo, contrito e sempre honesto
Cada folha que cai leva um protesto
Contra a falta de chuva no sertão.
II
Está seco o açude e o barreiro
É tristonha demais essa paisagem
E de verde só tem mesmo a folhagem
Do robusto e frondoso juazeiro
É o único que serve de sombreiro
Santo oásis naquela região
Imponente ele esboça a reação
Contra a seca cruel que tosta o resto
Cada folha que cai leva um protesto
Contra a falta de chuva no sertão.
III
Sertanejo apesar de tanto estio
Tem a força no peito como um marco
Resiste igualmente a um pau d'arco
Que nasceu lá na margem de um rio
Suas folhas caindo no baixio
Despejadas na fúria do verão
No trajeto da árvore para o chão
Vão deixando no ar seu manifesto
Cada folha que cai leva um protesto
Contra a falta de chuva no sertão.
Jatobá

Quatro décadas de poesia

I
O poeta, amigo e o irmão
Oliveira, Francisco de Panelas
Já trilhou por diversas passarelas
Pois cantar é a sua devoção
Um marco a mais na profissão
De levar o amor a tanta gente
E, depois de avô, agora sente
Os seus sonhos poéticos renovados
Nos quarenta degraus ultrapassados
Na escada poética do repente
II
Começou a cantar pequenininho
Doze anos de idade e muita fé
Seu primeiro parceiro, Josué
E a primeira viola um cavaquinho
Começou a voar, deixou seu ninho
Com o segundo parceiro, João Vicente
Foi galgando batente após batente
Impossível contar os vôos dados
Nos quarenta degraus ultrapassados
Na escada poética do repente
III
O terceiro, um amigo professor
Manuel de Hermínio, a doce mola
O mundo tornou-se a sua escola
E o quarto parceiro, o Voador
A viola dinâmica, o seu amor
Que grudava no peito docemente
E na ata gravada em sua mente
Tantos outros poetas são citados
Nos quarenta degraus ultrapassados
Na escada poética do repente
IV
Com o quinto, Oliveira fez história
Otacílio Batista, em João Pessoa
Mas o tempo é cruel e sempre voa
Nunca pára na sua trajetória
Um período de paz e tanta glória
Um moço e outro experiente
Hoje o velho parceiro etá doente
Mas os doces momentos são lembrados
Nos quarenta degraus ultrapassados
Na escada poética do repente
V
É motivo de tantas reportagem
Nas revistas, tv's e nos jornais
Campeão de inúmeros festivais
Divulgado em cd's e em filmagem
Criador de canções e de imagem
Sua voz de tenor é um presente
Retratar Oliveira fielmente
Só poetas por Deus iluminados
Nos quarenta degraus ultrapassados
Na escada poética do repente.
Jatobá

Filho Ingrato

I
Quem ao pai falta o respeito
Não lhe presta obediência
O filho por consequência
Vai fazer do mesmo jeito
Terá o mesmo conceito
A imagem a cada ato
Vida de pai é extrato
Que todo filho copia
Todo filho ingrato um dia
Vai ser pai dum filho ingrato.
II
Você foi independente
Desde a sua mocidade
O seu pai só foi bondade
Você foi inconseqüente
Seu filho futuramente
Será seu modelo exato
E você será um rato
Com um gato na companhia
Todo filho ingrato um dia
Vai ser pai dum filho ingrato.
III
Seu pai ficou no sertão
Você foi pra capital
Com ele foi desigual
Cometendo ingratidão
Fez de você insensato
Hoje em dia pago o pato
A maldade que fazia
Todo filho ingrato um dia
Será pai de um filho ingrato.
IV
Hoje você verte pranto
Mas é bom sofrer calado
Sua dívida do passado
Só você conhece o quanto
Maltratou seu pai um santo
Dum filho sofre o maltrato
Pode sim pagar de fato
Tudo que seu pai dizia
Todo filho ingrato um dia
Vai ser pai de um filho ingrato.
V
Trate bem seu genitor
Com ternura e com afeto
Um compromisso repleto
De carinho e de amor
Não deixe seu befeitor
Ficar no anonimato
Filho do pai é retrato
É pura sabedoria
Todo filho ingrato um dia
Vai ser pai dum filho ingrato.
Jatobá

Lugar onde nasci

I
Em janeiro de férias fui passar
Um final de semana no sertão
E no riacho da corda meu rincão
As saudades dali eu fui matar
Fui rever as belezas do lugar
Onde eu habitei antigamente
E quando o sol se escondia no poente
Fui chegando na casa onde vivi
Quando eu volto à volta terra onde nasci
Eu me sinto criança novamente.
II
A casinha já velha apresentava
As marcas do tempo em todo canto
E na calçada lugar que brinquei tanto
Um tijolo sequer não mais restava
E na porta da frente quando entrava
Encontrei um cenário diferente
Exclamei na passagem do batente
Oh! Meu Deus eu não sei porque cresci
Quando volto à terra onde nasci
Eu me sinto criança novamente.
III
De manhã fui correr pelo terreiro
Espantando galinha, pinto e galo
Uma vara da cerca, meu cavalo
Para mim era um cavalo verdadeiro
E tão rápido igualmente a um vaqueiro
Eu subia e descia velozmente
E só parava o cavalo de repente
Pra ouvir o sonoro bem-te-vi
Quando eu volto à terra onde nasci
Eu me sinto criança novamente
IV
Igual toda criança astuciosa
Fui em busca de frutas no baixio
E chegando à margem lá do rio
Fui direto ao pé de manga rosa
E uma manga madura e saborosa
Lá no alto peguei avidamente
E desci da mangueira tão contente
Com a fruta cheirosa que colhi
Quando eu volto à terra onde nasci
Eu me sinto criança novamente
V
Neste dia eu brinquei o quanto pude
De bodoque, estiligue e de pião
Arrastei um carrinho pelo chão
Fiz buraco e joguei bola de gude
De anzol fui pescar no velho açude
Pra fisgar a traíra tão valente
Que o dia passou rapidamente
Que o sentido do tempo até perdi
Quando eu volto à terra onde nasci
Eu me sinto criança novamente
VI
Como tudo que é bom é passageiro
O final de semana teve fim
E a saudade bateu dentro de mim
Ao deixar o meu sítio tão fagueiro
Mas no ano que vem mês de janeiro
Estarei nessa gleba certamente
Revivendo o passado no presente
De um adulto com jeito de guri
Quando eu volto à terra onde nasci
Eu me sinto criança novamente.
Jatobá

MÃE

I
Tem essência de santa e de guerreira
De estrela que brilha em todo canto
Tem na voz a ternura, um acalanto
Sempre é meiga, fiel e companheira
II
Na alegria ou na dor é a primeira
Que se envolve no riso ou no seu pranto
Impossível alguém amar do tanto
Que ele ama e se doa a vida inteira
III
É a fonte maior de um poeta
Não tem rima, mas é a mais completa
Poesia de amor, porque exprime
IV
Um soneto de luz angelical
Coração sem fronteira, universal
E é na terra o arcanjo mais sublime.
Jatobá

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PAI

I
Companheiro, amigo e confidente
Uma luz que indica o bom caminho
Todo pai a seu filho dá carinho
Todo filho do pai é a semente
II
Passo a passo ele está sempre presente
É um guia que anda do seu lado
Se, às vezes, comete algum pecado
Mas pro filho ele ensina diferente
III
Na escola da vida é professor
Pois educa o seu filho com amor
E o levanta na hora que ele cai
IV
Tão feliz é quem pode ao acordar
Bem cedinho, correr e se jogar
Nos afagos dos braços so seu pai.
Jatobá

Fogueira da derrota

I
O medo é a consequência
Da sua falta de fé
Que o levará até
Ao estado da falência
Acorde dessa dormência
Permute já sua rota
Pois a preguiça denota
Imagem de câmera lenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
II
Lute pelo seu espaço
Libere mais seu sorriso
Lembre que todo indeciso
Vive à beira do fracasso
Procure sair do laço
Que o pessimismo lhe bota
A miséria só adota
Quem a luta não enfrenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota
III
A pusilanimidade
É a arma de quem não luta
Vida moderna é disputa
Lutar é necessidade
No mar da realidade
Sinta-se livre gaivota
Quando o positivo brota
O negativo afugenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
IV
Não deixe se intimidar
Não demonstre covardia
O seu pão de cada dia
É necessário tentar
Jesus quer lhe ajudar
Busque fazer sua cota
A chance nunca se esgota
Pra todo aquele que tenta
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
Jatobá

Reflexões

I
A gente está assistindo
Um cenário de horrores
Famílias desagregadas
Pela perda dos valores
Nunca mais eu escutei
Alguém falando de amores.
II
Parece que o romantismo
Daqui desapareceu
E um presente de flores
Ninguém mais ofereceu
Na escassez do amor
A violência cresceu.
III
Não deixe se abater
Por sentimentos tristonhos
Eles se transformarão
Em pesadelos medonhos
A sensação de fracasso
Esmaga seus próprios sonhos.
IV
O cristão tornou-se ateu
Banalizou-se o pecado
A injustiça prospera
E o direito é negado
E o ódio cresce à medida
Que o perdão não é dado.
V
Não deixe prevalecer
O espírito da vaidade
Procure erguer a bandeira
Da paz e da humildade
O muro do egoísmo
Encobre o simplicidade.
VI
Não tenha medo da vida
A fé nunca se esgota
Procure botar Jesus
Cristo Rei na sua rota
O medo é quem alimenta
A fogueira da derrota.
VII
Lute para derrotar
A ambição, a maldade
E deixe sempre aflorar
A sua sinceridade
A cortina da mentira
Ofusca a luz da verdade
VIII
Procure reacender
A luz dos seus ideais
A garra e a persistência
São as armas principais
A sua vida reclama
Para si um pouco mais.
IX
Um pouco mais de amor
Um pouco mais de perdão
Uma dose de esperança
De amor uma injeção
São fatores decisivos
Pra sua transformação.
X
É a vida um desafio
De permanente duelo
Faça de sua auroras
Seus verdadeiros castelos
Que ela fica mais linda
E o mundo fica mais belo.
Jatobá

Flor Maria Rita

I
Numa manhã de outono
No meu jardim eu plantei
Uma roseira e pensei
Eu vou ser o potrono
Um jarro vermelho o trono
Com o contorno de brita
No centro uma frase escrita
Rosa Dália minha flor
Foi tão breve nosso amor
Mas a saudade infinita
II
Com muito zelo eu cuidava
Da minha linda roseira
E numa tarde fagueira
A flor primeira brotava
Era como eu esperava
Cheirosa e muito bonita
Parecia uma pepita
De inestimável valor
Foi tão breve o nosso amor
Mas a saudade infinita.
III
Foi lindo o nosso namoro
Mas pouco tempo durou
Um vendaval arrancou
A roseira meu tesouro
Longo período de choro
Lamentando esse desdita
Porém chorar não evita
Só faz aumentar a dor
Foi tão breve o nosso amor
Mas a saudade infinita.
IV
Pelo sofrimento meu
Uma conclusão tirei
Avaliar quanto o rei
Roberto Carlos sofreu
Porque tanto se abateu
Sua feição sempre aflita
É porque Maria Rita
Do seu jardim era a flor
Foi tão breve o nosso amor
Mas a saudade infinita.
Jatobá

Protesto da mangueira

I
Eu não sei o porquê nem a razão
Desse ato insano e tão cruel
Se a árvore colega é a fiel
Imagem de Deus aqui no chão
Não cometa tamanha ingratidão
Cesse agora os golpes do machado
Ele corta pois é acionado
Mas soluça batendo na madeira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado
II
O Betinho dá nome ao movimento
Contra a fome que mata no país
E o seu gesto assassino não condiz
Corta a fonte que brota o alimento
Não é justo esse seu procedimento
Que deixou seu colega revoltado
Do contrário você não tá lembrado
D`uma manga madura como cheira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado
III
A mangueira dá sombra pro velhinho
Dá fruta a criança desnutrida
Não destrua colega essa guarida
E lazer do sonoro passarinho
Cada galho da árvore tem um ninho
Cada ninho um filhote agasalhado
Não pratique portanto esse pecado
Contra a fauna e a flora brasileira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado.
IV
Tanta gente uma muda está plantando
Na cidade mais verde do Brasil
E a ação do colega é tão hostil
Uma árvore frutífera está cortando
Uma orquestra de pássaros está chorando
E um poeta lhe pede ajoelhado
Se o ato atroz for consumado
Vou erguer contra a poda uma bandeira
Não corte colega esta mangueira
Que alimenta e abriga o favelado.
V
Afinal a ação foi perpetrada
Apesar dos apelos que eu fiz
O colega foi duro e infeliz
E a mangueira frondosa foi cortada
Muito anos levou pra ser formada
E o machado a cortou em meia hora
Foi um crime perverso contra a flora
Nessa tarde algoz de sexta-feira
Sobre o tronco caído da mangueira
Escrevi meu protesto e fui embora.
Jatobá

Amor sem fim

I
Esse nosso amor foi feito
De carinho e de respeito
Nosso romance é do jeito
De Julieta e Romeu
A nossa história é tão bela
Todo encanto existe nela
Tudo quanto é meu é dela
Tudo que é dela é meu.
II
É grande nossa união
É amor, não é paixão
É renúncia, é doação
Pureza e sinceridade
Sinônimo de confiança
Tem ternura de criança
Porque a nossa aliança
Nasceu da fidelidade.
III
Nosso amor é como a chama
De um vulcão que se inflama
E a lava que derrama
Nos abrange intensamente
De grandeza que tonteia
Parecendo a lua cheia
Quando a noite ela passeia
Nos céus da alma da gente.
IV
Lá em nossa moradia
Tudo é paz e harmonia
Nossa lágrima é de alegria
Nosso grito é de prazer
Pois nosso amor é assim
Como a flor é pro jardim
Eu pra ela, ela pra mim
Eternamente vai ser.
V
Nosso querer não se parte
Nosso amor não tem descarte
É uma obra de arte
De beleza escultural
De infinito valor
Pouco espinho e muita flor
Tem vírgulas no nosso amor
Mas nunca um ponto final.
Jatobá

Alerta à criança

I
Com a tecnologia
Que a humanidade alcança
Em busca da perfeição
O estudioso avança
É tudo automatizado
E o ser mais prejudicado
Com certeza é a criança.
II
Que vai ganhar de herança
Um mundo modificado
Para geração futura
Tem gameta congelado
Numa inversão de faceta
Bebê será de proveta
E o homem robotizado
III
E depois será clonado
Numa fronta ao criador
Pois a mulher por vaidade
Ou não querer sentir dor
Sem cordão umbilical
Sem afeto maternal
Ele nasce sem amor.
IV
Filho do computador
Já nasce ligado ao som
E pra ser o internauta
Ele já vem com o dom
Em vez de falar mãiê
Vamos ouvir do bebê
O seu site ponto com.
V
O modernismo acha bom
A poesia acha ruim
A criança é para o mundo
Como a flor é pro jardim
O seu mais rico troféu
É imaginar o céu
Sem ter anjo querubim.
VI
E ele vai crescer assim
Sem astúcias do moleque
Seu pião um CD-Rom
Sua bola é um disquete
Seu lazer é navegar
E pouco a pouco se afogar
Nas ondas da internet.
Jatobá